Preto
Depois de algumas experiências traumáticas com alguns felinos (Belle, a gata nascida para ser silvestre e Enrico, o amarelo) eu já tinha dado por certo que nunca mais teria gatos em minha casa. Já era uma ideia consolidada na minha cabeça. Eis que Dona Minha Mãe me liga e pergunta se eu gostaria de ter um gato preto, sem titubear respondi que era óbvio que sim. Isso aconteceu no fim da tarde e eu estava chegando em casa da faculdade e logo a noite chegou e eu estava mais do que ansiosa para a chegada do novo membro da família. Ah como demorou mas chegou! E lindo, preto, miúdo e medroso. Só tinha orelhas... Nada além de orelhas e olhos verdes...
Dona Minha Mãe logo se apegou (isso foi realmente um milagre, pois alguns aqui sabem que ela nunca gostou de gatos, imaginem só se ela gostaria de um gato preto, mas ela gostou), e tudo girava em torno do preto: o lugar no sofá, a cestinha para dormir, a cadeira na mesa que ele sentava, tudo!
Ele foi tomando a casa com aquela elegância felina, o olhar desnudante e a sinuosidade no caminhar.
E foi assim por pouco mais de um ano...
Por certo, dois meses se passaram desde a partida do "meu" Preto, há quem diga que foi pouco tempo dele aqui na Terra, mas foi o suficiente para mudar a dinâmica aqui na minha casa: minha mãe atualmente não consegue mais ficar sem um gato - sempre na procura de um substituto do Preto - e agora temos Gaspar e Thom, mas eles nunca serão o "meu" Preto.